terça-feira, 24 de novembro de 2009

Saiba o que é esporte de alto rendimento

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Psicologia do esporte: apropriando a desapropriação

Recortes da transição na carreira esportiva

O imaginário da derrota no esporte comtemporâneo

A Competição Como Fonte de Estresse no Esporte

A competição como fonte de estresse no esporte

A competição não é um fator das experiências esportivas, pois reflete valores e objetivos sociais. Desde o nascimento até a morte o ser humano compete pela sobrevivência em todos os setores em que atua família, escola e trabalho, mas é no esporte que ela tem mais evidencia, devido a divulgação e a importância do esporte no atual contexto social. Normalmente o termo competição se refere à ocasião na qual o atleta tem a oportunidade de demonstrar seus atributos, seja em um jogo, uma prova ou um confronto entre dois ou mais competidores.
Na sua forma mais simples de interpretação, a competição esportiva pode ser considerada como momento em que indivíduos ou equipes se confrontam para buscar um mesmo objetivo, ou seja, a vitoria, no entanto para se chegar a ela existem vários fatores que fazem parte de todo processo. O conceito de processo competitivo sob o ponto de vista psicológico também deve ser compreendido para que se possam estabelecer estratégias de trabalho em todos os níveis de preparação. Para se entender melhor a idéia da competição como um processo, tomar-se-á como ponto de referência o modelo conceitual desenvolvido por Rainer Martens, na década de 1970 e que é considerado um dos autores mais importantes no estudo da ansiedade competitiva.
Competir significa enfrentar desafios e demandas que podem, de acordo com muitos aspectos individuais e situacionais, representar uma considerável fonte de estresse para os atletas, dependendo de seus atributos físicos, técnicos e psicológicos. Pode-se considerar que o mesmo acontece também com os outros componentes do contexto competitivo: os técnicos e os árbitros. Na verdade existe um conjunto de fatores que atuam e podem levar o atleta a um rendimento adequado ou não. Resta aos atletas e profissionais do esporte e da psicologia ter conhecimento desses fatores e dos atributos dos atletas para que se lhes proporcione a melhor forma de lidar com tantas variáveis e mantiver um nível de desempenho que lhes permita atingir os objetivos determinados individual e coletivamente.

Entre a psicologia e o esporte: as matrizes teóricas da psicologia e sua aplicação ao esporteNas ultimas décadas a Psicologia do Esporte foi definida

Nas ultimas décadas a Psicologia do Esporte foi definida como um estudo cientifico de pessoas e seus comportamentos em contextos esportivos. Com o crescimento da pratica da Psicologia do Esporte tem transferido a discussão sobre seus fundamentos teóricos para um plano secundário.Para desvendar uma teoria é necessário conhecer mais que as publicações científicas. É preciso a compreensão de seu contexto histórico e desdobramentos do que num momento foi ‘linha’, no sentido de se tornar uma referência de estudos, e depois se tornou ‘crítica’, por apresentar os elementos necessários para uma reflexão e sua re-elaboração.
Ao observarmos atentamente o movimento ocorrido nos últimos 40 anos poderemos perceber que a Psicologia do Esporte acompanhou de perto a dinâmica ocorrida na Psicologia Geral, ou seja, o objeto de estudo foi o ser humano, seu comportamento e subjetividade, no contexto esportivo ou de atividade física. No entanto, a forma de se analisar esse fenômeno seguiu de perto os caminhos e influências ditados pela Psicologia Geral, independente do país onde essa produção ocorreu.

Ahhhh!! Enfim, fim do TIDIR 2009!!!

O papel do psicólogo no esporte

Nosso grupo!


ANDERSON, ALINY, ANA CAROLINA, EVELYN, KAMILA E ALESSANDRO!!!

Estados emocionais de técnicos brasileiros de alto rendimento

domingo, 22 de novembro de 2009

Psicologia do Esporte

Entenda a relação entre corpo, mente, saúde e bem-estar

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

QUEM LÊ, ENTENDE

O imaginário da derrota no esporte contemporâneo

Diante das necessidades impostas aos atletas de alto rendimento, a superação se tornou um principio e um termo recorrente entre aqueles que conseguiram chegar entre os vencedores. O vencedor é lembrado e valorizado pela suplantação do outro;já ao derrotado resta a vergonha pelo objetivo perdido, a confusão da incapacidade e a falta de reconhecimento pelo esforço realizado. A busca pelos melhores resultados deixou de ser superação do próprio limite para se tornar a superação do adversário. Do ponto de vista das grandes competições, leva a desvalorização das medalhas de prata e bronze, prêmios dedicados ao segundo e terceiro lugares, que deixaram de distinções para se tornarem prêmios de consolação ou até mesmo vergonha. A dificuldade que protagonistas do mundo esportivo tem de lidar com a derrota talvez resida na posição que essa condição assumiu na cultura contemporânea ocidental. Sabendo que essa competição obsessiva causa danos emocionais, levando em alguns casos com doping, a corrupção e a trapaça tornaram-se valiosos, para alguns atletas. Entretanto cabe a psicologia do esporte preparara-los para que possam saber como lidar no decorrer de sua carreira com a tão desejada vitória e a tão temida derrota.

A imaginação da derrota como fonte de estresse no esporte

Nesse trabalho o autor procurou mostrar quais situações relacionadas ao processo competitivo são identificados pelos atletas como geradores de estresse. Competir significa enfrentar desafios e demandas que podem, de acordo com muitos aspectos individuais, representa uma considerável fonte de estresse para atletas, dependendo de seus atributos físicos, técnicos e psicológicos. É através da competição que se descobre os melhores e piores vencedores. Quando se fala de competição, logo vem à mente um jogo, corrida ou um confronto; é o momento no qual o atleta demonstra suas habilidades e capacidade. A competição é muito mais que um único momento, e o processo que envolve múltiplos aspectos que interagem para proporcionar aos atletas melhores condições de atuar. Concluiu- se que a competição como fonte de estresse, qualquer que seja o nível do atleta, podendo influenciar de forma mais marcante o desempenho caso não haja um trabalho especifico para minimizar seu impacto sobre os atletas.

O imaginário da derrota no esporte contemporâneo

Diante das necessidades impostas aos atletas de alto rendimento, a superação se tornou um principio e um termo recorrente entre aqueles que conseguiram chegar entre os vencedores. O vencedor é lembrado e valorizado pela suplantação do outro;já ao derrotado resta a vergonha pelo objetivo perdido, a confusão da incapacidade e a falta de reconhecimento pelo esforço realizado. A busca pelos melhores resultados deixou de ser superação do próprio limite para se tornar a superação do adversário. Do ponto de vista das grandes competições, leva a desvalorização das medalhas de prata e bronze, prêmios dedicados ao segundo e terceiro lugares, que deixaram de distinções para se tornarem prêmios de consolação ou até mesmo vergonha. A dificuldade que protagonistas do mundo esportivo tem de lidar com a derrota talvez resida na posição que essa condição assumiu na cultura contemporânea ocidental. Sabendo que essa competição obsessiva causa danos emocionais, levando em alguns casos com doping, a corrupção e a trapaça tonaram-se valiosos, para alguns atletas. Entretanto cabe a psicologia do esporte preparara-los para que possam saber como lidar no decorrer de sua carreira com a tão desejada vitória e a tão temida derrota.

A competição como fonte de estresse no esporte

O IMAGINÁRIO DA DERROTA NO ESPORTE CONTEMPORÂNEO

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

CONFLITOS VIVENCIADOS POR ATLETAS QUANTO À MANUTENÇÃO DA PRÁTICA ESPORTIVA DE ALTO RENDIMENTO

RESUMO
O objetivo deste trabalho foi o de investigar os conflitos vivenciados por
jovens atletas, quanto à manutenção da prática esportiva como uma
atividade prioritária em suas vidas. Este estudo foi desenvolvido a partir
da identificação de fatores que indicassem a existência desses conflitos,
durante o processo de acompanhamento psicológico desenvolvido com
uma equipe feminina de voleibol composta por 17 jogadoras e com 10
atletas de esportes individuais. Os sujeitos tinham em média 18 anos de
idade. Os dados acerca do fenômeno psicológico investigado foram
coletados ao longo do acompanhamento psicológico realizado com estes
atletas, sendo que este processo psicológico teve a duração de no
mínimo quatro meses e no máximo dois anos. Foram realizadas
intervenções psicológicas semanais com os atletas estudados. Nessas
sessões realizaram-se reflexões, tendo o esporte como foco central do
trabalho. As sessões eram realizadas individualmente, com a
periodicidade de uma sessão de uma hora por semana, com exceção
das atletas de voleibol, que faziam uma sessão de grupo por semana e,
eventualmente, eram atendidas individualmente. Foi possível identificar,
a partir desta pesquisa, que em um determinado momento da vida, é
comum que ocorra um conflito com relação ao desejo manifesto pelo
esporte. Este conflito pode estar relacionado à ausência de objetivos,
falta de perspectiva no esporte e afastamento do prazer inicialmente
proporcionado pelo esporte. As renúncias que são necessárias para ser
um atleta competitivo também exercem um papel importante na
formação desses conflitos.

Psicologia do Esporte e jovens tenistas:Relato de uma experiência

Este relato de experiência descreve uma intervenção psicológica realizada junto a uma equipe infanto-juvenil
de tênis. Inicialmente, contextualiza-se de modo sucinto a Psicologia do Esporte enquanto área emergente
de atuação da Psicologia no âmbito brasileiro, ressaltando-se o pequeno número de publicações na área
comparativamente a outras áreas. A seguir são relatadas as intervenções realizadas com atletas, treinadores
e pais. Por fim, discute-se a importância desse tipo de intervenção e a necessidade de que os psicólogos se
apropriem dessa área de atuação, tanto no âmbito da prática profissional quanto da produção de pesquisas.

SUPORTE PSICOLÓGICO AO ATLETA:UMA NECESSIDADE “TEÓRICA”QUE PRECISA SER APLICADA

RESUMO
Este estudo de cunho bibliográfico, teve como objetivo enfatizar à técnicos e atletas a importância da
preparação e acompanhamento psicológico como meio de controlar agentes estressores e melhoria de autoimagem,
que interferem tanto na performance como no cotidiano do atleta. Justifica-se o tema, em função
das necessidades de um aparato psicológico especializado, aos atletas que estão em constante exposição a
cobranças por parte da torcida, dos patrocinadores, dos colegas, dos familiares e deles próprios; cobranças
estas que, muitas vezes, se ativam de maneira exacerbada prejudicando em muitos casos o desempenho.
Como referencial teórico utilizou-se de livros da área de treinamento esportivo e psicologia do esporte, de
periódicos, de revistas, de anais e de comunicação verbal. Como fator temporal, delimitou-se a produção dos
últimos oito anos. Com base no referencial pesquisado, verificou-se que em se tratando de Brasil, a preparação
psicológica das equipes/atletas encontra-se carente e incipiente, na medida que são poucas as equipes
que possuem assistência sistemática e esta é valorizada. Nota-se, também, que são poucos os estudiosos que
investigam profundamente nesta área, com projetos de prática e teorização das estratégias de atuação.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Psicologia do esporte: apropriando a desapropriação

Este artigo tem como objetivo realizar uma reflexão sobre a Psicologia do Esporte como um novo campo de trabalho para os psicólogos. As áreas de atuação da Psicologia do Esporte, serão apresentadas em conjunto com um histórico de seu surgimento e desenvolvimento. Os problemas enfrentados por esta área também serão explorados.
Este artigo fará uma reflexão a respeito de uma área da Psicologia que encontra-se descoberta no cenário nacional, a Psicologia do Esporte.
A Psicologia do Esporte teve seu início entre final do século XIX, início do século XX (De Rose Junior, 1992). O surgimento de reflexões envolvendo Psicologia e Atividade física se deu a partir de uma demanda do meio esportivo. Em função do alto índice de aperfeiçoamento técnico dos atletas, percebeu-se que haviam atitudes psicológicas que favoreciam alguns atletas, o que motivou o início das investigações dos fenômenos psicológicos relacionados à prática esportiva (Epiphanio, 1997).
No Brasil seu início ocorreu mais tardiamente, na década de 50. Mais precisamente em 1954, com um trabalho realizado para seleção de juizes da Federação Paulista de Futebol. Após este trabalho, o psicólogo João Carvalhaes iniciou, junto ao São Paulo Futebol Clube, o acompanhamento psicológico dos jogadores (Silva, 1984).
O desenvolvimento desta área tem sido muito grande no mundo todo, possibilitando a emergência de mais uma grande área de atuação do psicólogo, como é o caso da Psicologia Clínica Escolar, Organizacional.

TÉCNICOS DE FUTEBOL E A PRÁTICA DA PSICOLOGIA NO ESPORTE

Este estudo pretende identificar como os técnicos de futebol significam o trabalho da
psicologia do esporte, procurando entender como esta prática é produzida. Para isso, foi realizada
uma contextualização histórica da Psicologia do Esporte no Brasil, assim como uma discussão a
respeito de sua dinâmica. Utilizamos a metodologia qualitativa, através de entrevistas com cinco
técnicos de clubes profissionais de futebol de Porto Alegre/RS. Para a análise dos dados foi
utilizada a Análise de Conteúdo. Observou-se que a prática parece não condizer com o discurso,
produzido pelos técnicos, de valorização do trabalho da psicologia, visto que esta atuação fica
restrita a uma última alternativa, uma prática corretiva. Os técnicos mostram-se ambivalentes em
relação ao profissional da psicologia, sentindo sua prática ameaçada por esta intervenção. O
psicólogo, nesse contexto, ainda não realiza uma efetiva inserção no meio esportivo, delimitando
seu espaço e a importância de seu trabalho.

FORTALECENDO VALORES: PERSPECTIVAS DA PSICOLOGIA DO ESPORTE



As interferências externas no esporte têm ganhado
a atenção dos pesquisadores da psicologia do
esporte e do exercício rompendo a visão biológica
dominante. Não devemos ignorar que as dinâmicas
sociais podem alterar os estados emocionais dos
atletas e, conseqüentemente, prejudicar o
rendimento esportivo. Mesmo assim, adotaríamos
uma visão reducionista. Se remetermos nossa
discussão para a interferência e utilização do
fenômeno esportivo, neste caso do futebol, na
reprodução de modelos e valores teremos um
cenário muito mais complexo. A mídia, a escola e a
sociedade devem ser consideradas fatores
eminentemente delineadores dos signos sociais,
valores e papéis sexuais. As dificuldades
encontradas pelos adolescentes em suportar e lidar
com as pressões exercidas por estes agentes nem
sempre são compreendidas, pois o que se espera é
a forja de heróis que possam demonstrar sua
virilidade e masculinidade no campo que consigam
ganhar dinheiro fácil com o futebol e que possam
atuar como estandartes do sucesso nas escolas
particulares, associando educação e esporte de
uma forma que podemos considerar, muitas vezes,
inadequada. No levantamento da literatura utilizada
estes são pontos que resultam, em muitos casos,
em uma formação moral e afetiva comprometida,
originados pela relação intercondutal geralmente
mal estruturadas que vão das pressões pelo
resultado imediato culminando com as trocas
sexuais. Estes são cenários que merecem melhores
olhares e intervenções dos profissionais que atuam
na formação dos atletas.

A PSICOLOGIA DO ESPORTE NO CONTEXTO DO SISTEMA

O objetivo deste artigo é discutir como se organizou a Psicologia do Esporte,
como está e como se estrutura a especialidade no presente momento, no Brasil.
O presente artigo é uma síntese do trabalho desenvolvido para a conclusão do
curso de especialização em Psicologia do Esporte, em 2005. Como monografia a
metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica sobre a administração esportiva,
bem como documentos do Conselho Regional de Psicologia (CRP-SP) e um
levantamento de publicação de trabalhos científicos dos psicólogos atuantes na
área do esporte através dos congressos: V Congresso Nacional de Psicologia; I
Congresso Brasileiro de Psicologia: Ciência e Profissão; I Congresso Latino
Americano de Psicologia; 30º Congresso interamericano de Psicologia. O ponto
de partida foi pensar em um trabalho que pudesse ser reflexivo. O que se observa
após análise desse material é que ainda é pequeno o número de profissionais
que se identifica com a área, gerado, talvez, pela brevidade da formação, e as
dificuldades de se inserir no mercado de trabalho. Por outro lado, constata-se
que vem havendo um aumento gradativo de participações em congressos e
publicações sobre a Psicologia do Esporte.
Palavras-chave: Psicologia do Esporte no Brasil; exercício profissional;
especialização em Psicologia do Esporte.

Entre a psicologia e o esporte: as matrizes teóricas da psicologia e sua aplicação ao esporte

O crescente interesse pela prática da Psicologia do Esporte tem transferido a discussão sobre seus fundamentos teóricos para um plano secundário. Neste ensaio buscou-se percorrer parte da trajetória da Psicologia do Esporte, mais especificamente nas últimas 4 décadas, em busca dos conceitos e referenciais teóricos que sustentam, na atualidade, o pensamento e a prática de profissionais envolvidos com a área, para um entendimento da circunscrição do campo de atuação. Para tanto são discutidas questões como a alocação da Psicologia do Esporte enquanto sub-área das Ciências do Esporte e/ou especialidade da Psicologia e ainda as transformações ocorridas no esporte contemporâneo e seus desdobramentos relacionados ao fenômeno esportivo, meio e finalidade da prática da Psicologia do Esporte.

A psicologia do esporte: histórico e áreas de atuação e pesquisa

O esporte de rendimento que busca a otimização da performance numa estrutura formal e institucionalizada. Nessa estrutura o psicólogo atua analisando e transformando os determinantes psíquicos que interferem no rendimento do atleta e/ou grupo esportivo.
O esporte escolar que tem por objetivo a formação, norteada por princípios sócio-educativos, preparando seus praticantes para a cidadania e para o lazer. Neste caso, o psicólogo busca compreender e analisar os processos de ensino, educação e socialização inerentes ao esporte e seu reflexo no processo de formação e desenvolvimento da criança, jovem ou adulto praticante.
Já o esporte recreativo visa o bem-estar para todas as pessoas. É praticado voluntariamente e com conexões com os movimentos de educação permanente e com a saúde. O psicólogo, nesse caso, atua na primeira linha de análise do comportamento recreativo de diferentes faixas etárias, classes - sócio econômicas e atuações profissionais em relação a diferentes motivos, interesses e atitudes.
Por fim o esporte de reabilitação desenvolve um trabalho voltado para a prevenção e intervenção em pessoas portadoras de algum tipo de lesão decorrente da prática esportiva, ou não, e também com pessoas portadoras de deficiência física e mental.

Ética e compromisso social na psicologia do esporte

A análise do esporte contemporâneo e do papel e da função dos profissionais envolvidos nesse contexto exige uma compreensão da complexa estrutura que levou o espetáculo esportivo a se transformar em um dos principais fenômenos socioculturais contemporâneos. Dentre as muitas questões pertinentes a esse debate, está o limite da busca do rendimento e a relação entre a dimensão do público e do privado na vida dos envolvidos na realização do espetáculo esportivo. A proposta deste ensaio é discutir questões éticas envolvidas na atuação do psicólogo do esporte, apontando a necessidade de superação do entendimento da Psicologia do esporte como uma especialidade que visa apenas e tão somente ao rendimento e à busca da vitória.

Pensamentos automáticos e ansiedade num grupo de jogadores de futebol de campo

O atleta de futebol experiencia situações estressoras que, interpretadas como
ameaçadoras, podem desencadear respostas de ansiedade. A ansiedade exacerbada existe
nos jogadores com crenças muito rígidas, as quais afetam substancialmente sua percepção das
situações esportivas. O presente estudo tem o objetivo de avaliar a ansiedade no esporte em
equipes de futebol e identificar as crenças e os pensamentos disfuncionais mais comuns apresentados
por esses jogadores. Foram investigadas três equipes de futebol amador. Utilizaramse
os instrumentos: Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Inventário de Ansiedade de
Beck (BAI). Verificaram-se 61% de sintomas de ansiedade e 39% de depressão. Os pensamentos
automáticos disfuncionais relatados pelos atletas concentram-se nas concepções
sobre o erro, perfeccionismo e na estrutura do trabalho. Com um plano de atendimento
baseado na abordagem cognitiva comportamental, a Psicologia do Esporte pode ganhar tempo
e dinâmica, auxiliando o atleta a transformar seus pensamentos disfuncionais em pensamentos
racionais que levem a comportamentos mais satisfatórios a ele, à equipe e à torcida

Psicologia do Esporte No Desenvolvimento Do Papel Profissional De Atleta

Conhecer o percurso da formação de atletas e o desenvolvimento do papel profissional, explicitando e discutindo possíveis contribuições da psicologia do esporte foi objetivo do presente estudo. Foram tomados como metodologia de investigação os preceitos do Psicodrama, a partir da Teoria de Papéis, ao estudar o imaginário sobre `o que é ser atleta' em encontros realizados com três grupos de jovens atletas de uma instituição particular de formação de atletas. Após este levantamento, foram analisadas as diferenças em três momentos do desenvolvimento esportivo (iniciantes na modalidade, praticantes e atletas juvenis), resultando na construção de uma análise da formação do papel profissional de atletas, em que se compreende que as crianças ingressam no contexto esportivo na Fase Role Taking, e ao prosseguirem em instituições de formação de atletas passam pelo Role Playing, culminando com o Role Creating quando chegam às categorias adultas-principais da sua modalidade

Recortes Da Transição Na Carreira Esportiva

Resumo

A profissão de atleta exige um planejamento que pode começar muito cedo, quando, por exemplo, o iniciante ingressa na escolinha de futebol aos 4 anos de idade. Seus pais e professores já se "pré-ocupam" com sua carreira no esporte. Que consciência os envolvidos neste processo têm das variáveis emocionais, sociais, cognitivas, físicas e motoras participantes das diversas fases e das necessidades para enfrentar cada período de transição? O quanto o atleta está instrumentalizado para lidar com as novas exigências da especialização, profissionalização ou fim de uma carreira que exigiu todo o seu tempo e dedicação?
Os estudos da autora sobre Modelos Psicológicos têm como base a Abordagem de
Sistemas que considera o objeto de pesquisa como um sistema composto de elementos, estrutura, funções e desenvolvimento determinados (Stambulova, 1997a; 1997b; 1999 apud Brandão et al, 2000). A partir da sobreposição destes modelos, a autora elabora o Modelo Estrutural em que se considera a dinâmica dos resultados esportivos juntamente com a dinâmica da evolução do atleta durante a carreira. Para este modelo há direções no desenvolvimento do atleta (motivação, qualidade e estilo) e níveis de determinantes psicológicos (nível operacional - objetivos, processos psíquicos, operações motoras; nível situacional - motivos, estados psíquicos, atividades/comportamento; nível cultural - necessidade, qualidade, estilo).
Fases de transição na carreira esportiva são vividas de maneira diversa pelos atletas. Como observado esta diversidade contribuirá para sua permanência no esporte ou abandono. Ao identificar estas posições e compará-las aos estudos das transições na carreira esportiva, é possível apontar a necessidade de prevenção das dificuldades de enfrentamento destas fases na carreira e de seu encerramento através do apoio ao atleta desde seu ingresso na prática esportiva de rendimento. Para isso, os Modelos de Stambulova (1994) se mostram interessantes por sua abordagem ampla do processo, considerando todas as influências que um atleta pode sofrer.

Estados emocionais de técnicos brasileiros de alto rendimento

RESUMO
Introdução: As disfunções temporomandibulares têm sido objeto de estudo
crescente, no entanto, estão somente relacionadas com a má oclusão bucal,
lesões por contato nos esportes, entre outros. Neste estudo, uma nova visão
das disfunções foi observada, uma vez que a analise eletromiográfica dos
músculos masseteres foi coletada durante o gesto esportivo da rebatida do
baseball, o que pode possibilitar a verificação de possíveis alterações
funcionais das disfunções. Objetivo: Analisar a atividade elétrica do músculo
masseter em atletas de beisebol durante realização do gesto esportivo de
rebatida. Materiais e Métodos: Foram avaliadas 5 atletas de beisebol, sexo
feminino, idade média de 21 anos, selecionadas para a seleção brasileira a
disputar o pan-americano 2007, sem lesões previas ou disfunções
diagnosticadas. Cada atleta realizou 5 repetições do gesto esportivo enquanto
a atividade eletromiográfica dos masseteres eram coletadas com
3
eletromiógrafo. Resultados: Após análise estatística dos dados, foi observado
que as atletas realizam uma contração dos músculos masseteres durante o
gesto esportivo de rebatida estatisticamente significativa com p > 0,5 utilizando
Teste-t. Sendo que duas das cinco atletas avaliadas, apresentaram uma
atividade elétrica do músculo muito diferente da média, sendo uma bem acima
e outra bem abaixo da média do grupo. Conclusão: As atletas realizaram
contração muscular do músculo masseter durante o gesto esportivo e o
desequilíbrio muscular entre os dois músculos masseteres teve uma diferença
significativa, o que em longo prazo pode causar uma disfunção
temporomandibular.

Pensamentos automáticos e ansiedade num grupo de jogadores de futebol de campo

PSICOLOGIA DO ESPORTE NO DESENVOLVIMENTO DO

Ética e compromisso social na psicologia do esporte

A psicologia do esporte: histórico e áreas de atuação e pesquisa

Entre a psicologia e o esporte: as matrizes teóricas da psicologia e sua aplicação ao esporte

A PSICOLOGIA DO ESPORTE NO CONTEXTO DO SISTEMA

FORTALECENDO VALORES: PERSPECTIVAS DA

TÉCNICOS DE FUTEBOL E A PRÁTICA DA PSICOLOGIA NO ESPORTE

Rendimento esportivo ou rendimento humano? O que busca a Psicologia do Esporte?

A Psicologia do Esporte tem se constituído um desafio para a Psicologia mesmo antes de se tornar uma especialidade. Grande parte da produção da Psicologia do Esporte contemporânea tem contribuído para atendimento das necessidades do rendimento esportivo sem se preocupar no que isso implica para o rendimento humano. Este artigo busca questionar por que a Psicologia do Esporte tem caminhado nessa direção e que outro sentido é possível dar a essa produção acadêmica e prática profissional.
A Psicologia do Esporte tem como meio e fim o estudo e a intervenção junto ao ser humano envolvido com a prática de atividade física e esportiva competitiva e não competitiva. Esses estudos podem abarcar os processos de avaliação, as práticas de intervenção ou a análise do comportamento social que se apresenta na situação esportiva a partir da perspectiva de quem pratica ou assiste ao espetáculo (Feliu, 1997; García-Mas, 1997). O rendimento esportivo passa pelo rendimento humano, pelo desenvolvimento das potencialidades individuais e coletivas daqueles que praticam o esporte como profissão e como atividade de tempo livre, não se restringindo a um lapso temporal dentro da vida do sujeito, que o leva a viver o final da carreira como uma morte. Ou seja, para a Psicologia Social do Esporte o rendimento, o bom desempenho e a postura vitoriosa são valorizadas e buscadas não como valores destacados na vida do atleta, mas como elementos de um contexto maior que oferece o suporte necessário para que o papel social de atleta seja desempenhado em sua plenitude.

Projetos sociais em discussão na psicologia do esporte

Este texto propõe uma discussão sobre as questões da responsabilidade social do profissional da Psicologia do Esporte e sugere novas possibilidades de atuação na perspectiva dos projetos sociais ligados com educação pelo esporte. Apresenta a crítica que incidia sobre o psicólogo a serviço das elites, em contraste com o psicólogo do esporte mais comunitário, atento às metodologias qualitativas. As práticas sociais, principalmente do chamado terceiro setor, vêm buscando cada vez mais respostas e qualificação das ações. Por mais que seja o esporte um direito garantido pela Constituição Federal, seu acesso ainda é restrito, elitizado e pouco educativo para a formação da construção de indivíduos capazes de se relacionar de forma cidadã com o mundo que os cerca. As necessidades da prática e do mercado profissional têm buscado de fato um profissional mais qualificado e mais especializado, mais versátil, completo, que tenha o olhar voltado para a realidade brasileira. Torna-se necessário uma nova construção tendo como base a especificidade do público atendido e a metodologia utilizada: o esporte pode atuar como uma linguagem que visa: facilitar o processo educativo, a socialização do público alvo e ampliar as possibilidades de atuação profissional. Os projetos envolvendo esporte têm apresentado um crescimento. Pensando em possibilidades de criar referências e não modelos prontos, percebe-se a necessidade de um maior investimento, pois o profissional da psicologia do esporte tem um leque de possibilidades de atuação e nota-se ainda algumas fragilidades de inserção desse nos projetos sociais ou em ações com um projeto de sociedade, uma vez que é notória que os profissionais estão elaborando estudos que visam a maior parte às fórmulas para melhorar o desempenho.

Da Psicologia do Esporte que temos à Psicologia do Esporte que queremos

Resumo:
Há algumas décadas a Psicologia do Esporte no Brasil vem se organizando, mas foi a partir da resolução 014/00, do CFP que passou a ser considerada como uma especialidade da psicologia.
Vale ressaltar que nem toda psicologia aplicada ao esporte é psicologia do esporte. Podemos considerar que a Psicologia do Esporte tenha como meio e fim o estudo do ser humano envolvido com a prática do exercício, da atividade física esportiva competitiva ou não.
A psicologia do esporte ainda carece de referencial e conhecimento específicos para investigação, diferentemente de outras áreas da Psicologia e isso tem causado alguns problemas. Um deles é a utilização de instrumentos advindos da avaliação em psicologia clínica ou da área educacional, outro é a importação de instrumentos de psicodiagnóstico esportivo desenvolvidos em outros países e aplicados sem adaptação à população brasileira, que apresenta condições físicas e culturais distintas.
É comum associar a psicologia do esporte a um tipo de prática esportiva que tem a vitória como objetivo e a televisão como veículo de divulgação. E nessa dinâmica o psicólogo é visto como aquele profissional que tem como obrigação fazer com que o protagonista do espetáculo renda o máximo.
Mas a atuação em Psicologia do Esporte vai muito além.
O psicólogo de esporte vem conquistando espaço e força em outros contextos como o esporte escolar, a reabilitação, iniciação esportiva, os programas de qualidade de vida, a medicina preventiva e também a Psicologia Social do Esporte.
Outra questão importante é que o atendimento clínico no esporte não se refere a um procedimento psicoterápico convencional, o foco da intervenção clínica na Psicologia do Esporte visa a resolução dos conflitos do sujeito-atleta para a busca do desenvolvimento e rendimento de seu potencial esportivo. Há situações em que, de fato, o atleta poderá precisar de um atendimento clínico, mas, nesse caso, o procedimento mais adequado seria então o encaminhamento para um profissional competente, que desempenhe essa função.
Apesar do crescimento incontestável vivido pela área, muito ainda está para ser feito no que se refere à formação específica do psicólogo do esporte, como em relação ao reconhecimento da importância e necessidade desse profissional nas diversas frentes em que ele pode atuar.

Perspectivas de atuação do psicólogo do esporte na visão de jogadores e comissão técnica de equipes de futebol profissionais.

RESUMO
A importância do futebol vai muito além de um simples esporte, o futebol tem se transformado em um negócio que movimenta uma quantidade enorme de dinheiro. Com uma forte pressão, vinda de todas as partes, familiares, patrocinadores, torcida, companheiros, dirigentes, treinadores e mídia, faz-se necessário um preparação psicológica e não só técnica e física. Este estudo tem como objetivo saber qual a perspectiva de atuação do psicólogo do esporte em equipes de futebol profissionais de São Paulo. Par isso foi feita uma pesquisa qualitativa. Os resultados obtidos nesta pesquisa mostram que a maioria dos entrevistados já usufruiu em algum momento da carreira e também que acreditam na eficiência da intervenção psicológica. Mais que isso, a pesquisa mostra que apesar das dificuldades que a área ainda enfrenta, podemos fazer uma perspectiva positiva e acreditar em um mercado de trabalho promissor para o psicólogo do esporte.

domingo, 15 de novembro de 2009

A Psicologia do Esporte pede passagem

Exclusão da nadadora Rebeca Gusmão do esporte por doping

DOPING NO ESPORTE: TIPOS DE DROGAS MAIS USADAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS FISIOLÓGICAS

O aumento da competitividade em várias especialidades de esporte nos últimos anos tem proporcionado aos atletas a busca por outros recursos para aumentar seu rendimento como procedimentos nutricionais, mecânicos, psicológicos e farmacológicos (LIMA, 2003).

Dentre os procedimentos farmacológicos encontramos algumas substâncias caracterizadas como drogas. E estas substâncias são consideradas pelo COI (Comitê olímpico Internacional) como dopantes. Entre as mais usadas temos alguns grupos:

-Estimulantes: Neste grupo temos as Anfetaminas, que já foram as drogas mais utilizadas, mas perderam esta posição por serem facilmente detectadas atualmente. Elas são usadas para aumentar o estado de alerta e agressividade, suportar a fadiga e diminuir o apetite facilitando a perda de peso. Seu uso causa excitabilidade, insônia, taquicardia, depressão, prejuízo na percepção de calor, do esforço e do rendimento real, o que leva a um aumento do otimismo e ultrapassagem dos limites físicos, pois o atleta pode continuar competindo mesmo na presença de dor e lesão (op. cit.).

-Agentes anabólicos: Os anabolizantes são as drogas mais usadas no esporte moderno. Seus efeitos são aumento da força e hipertrofia muscular. São usadas por atletas que buscam melhorar seu rendimento em esportes com estas necessidades. As conseqüências de seu uso são alterações na função sexual, distúrbios hepáticos e cardíacos e aumento da agressividade. Em mulheres ainda pode ocorrer um processo de virilização ou acentuação de características masculinas (op. cit.).

-Diuréticos: São usadas para perda de água e peso, visando atingir a categoria de peso necessária em diversos esportes. São utilizadas também para acelerar a eliminação de resíduos de diversas drogas e superar a retenção de líquidos causadas pelos esteróides anabólicos. Seu uso causa desequilíbrios eletrolíticos, arritmias cardíacas e prejuízo no sistema de termoregulação (op. cit.).

-Analgésicos Narcóticos: Neste grupo encontramos a Diamorfina (heroína) e a Metadona, que são drogas utilizadas pelos atletas com o objetivo de continuar competindo após lesão, tirando a sensibilidade da dor. Seu uso pode levar à dependência tanto física quanto psicológica, depressão, náusea, vômitos e diarréia (op. cit.).

Cabe ao psicólogo do esporte fazer um acompanhamento dos atletas visando um esclarecimento quanto ao perigo do uso de drogas como também buscar formas de intervir quanto à situação que o levou ao seu uso. Bem como uma conscientização desde as categorias de base.

A PSICOLOGIA DO ESPORTE NO FUTEBOL BRASILEIRO

A importância do futebol vai muito além de um simples esporte, o futebol tem se transformado em um negócio que movimenta uma quantidade enorme de dinheiro. Com uma forte pressão, vinda de todas as partes, familiares, patrocinadores, torcida, companheiros, dirigentes, treinadores e mídia, com isso faz-se necessário um preparação psicológica e não só técnica e física (PAULI e MACHADO, 2005).

O processo de treinamento esportivo, que inclui longas horas de treinamento com grande desgaste orgânico, visando aprimorar o condicionamento físico, técnico, tático da performance, porém os resultados de todo o trabalho dependem muito e diretamente da condição psicológica dos atletas. Por isso a necessidade de uma preparação psicológica (op. cit.).

Sabemos que a realidade financeira dos clubes de futebol em nosso país não é das melhores e a maioria deles se encontra mergulhada em dívidas. Assim, a necessidade de cortar gastos é inevitável e, como a psicologia é encarada como algo importante, mas não imprescindível e, muitas vezes só é lembrada nos momentos de crise para “apagar” os incêndios resultantes de derrotas ou é lembrada somente no momento da decisão de um campeonato, como se pudessem solucionar todos os problemas num passe de mágica, na grande maioria das vezes é descartada ou então recomendada em momentos de desespero (op. cit.).

O trabalho do psicólogo em uma equipe de futebol permite ajudar o alcance do maior rendimento possível na hora da competição: isto é, potencializar e treinar atitudes psicológicas como a confiança, a concentração, a motivação e o manejo de pressões internas e externas. Juntamente com isso, também ajudar a coesão do grupo e melhorar a relação entre treinador e jogadores.

Apesar das dificuldades que a área ainda enfrenta, podemos fazer uma perspectiva positiva e acreditar em um mercado de trabalho promissor para o Psicológico do Esporte nas equipes de futebol (op. cit.).

Cabe então aos profissionais da área divulgar e mostrar os serviços aos clubes para que cada vez mais a profissão ganhe prestígio e outras equipes se interessem pelos serviços, valorizando cada vez mais a profissão e reconhecendo seus benefícios para o âmbito esportivo (op. cit.).

A CONTRIBUIÇÃO DO PSICÓLOGO DO ESPORTE NOS PROJETOS SOCIAIS

Os projetos envolvendo esporte têm apresentado um crescimento. Segundo Rubio (2000), o esporte hoje é considerado um dos maiores fenômenos sociais da modernidade e por mais que seja um direito fundamental garantido pela Constituição Federal, seu acesso ainda é restrito, elitizado e pouco educativo para a formação da construção de indivíduos capazes de se relacionar de forma cidadã com o mundo que os cerca. Pois o esporte no Brasil reflete a situação do país de uma forma geral: que é marcada por injustiças, desigualdades e baixo investimento (MACHADO, 2007; SILVA, 2007).

A psicologia do esporte vai buscar formas de intervir junto a essa situação na construção de políticas públicas do esporte (que é de extrema importância e um campo carente no país), na gestão de projetos sociais esportivos e na capacitação e acompanhamento de educadores (op. cit.).

O psicólogo do esporte vai atuar em projetos sociais que utilizam o esporte como principal ferramenta no processo de educação para a cidadania na perspectiva de se formar uma nova sociedade. O profissional vai trabalhar com a subjetividade de cada criança buscando desenvolver noções de cooperação, mesmo em situações competitivas, disciplina, compromisso, trabalho em equipe, lidar com sensações de vitória e derrota, desenvolvimento psicomotor, além de um trabalho de orientação às famílias. Mas é necessário que haja um trabalho interdisciplinar para que se alcancem os resultados desejados (op. cit.).

Nesses programas, o esporte é articulado de ações educativas, com atividades que enfatizam a saúde, a arte e o apoio à escolarização. Vários projetos educativos interdisciplinares são apresentados às crianças visando à construção participativa orientada nos princípios da Educação pelo Esporte (op. cit.).

À parte social da Psicologia do Esporte, cabe fazer uma leitura crítica com a perspectiva de superar a visão simplista do esporte como via de ascensão social e formação de futuros atletas, pois o esporte surge como sendo a salvação para a pobreza e para marginalidade, e isso é um reflexo da propaganda ideológica veiculada pela mídia, associando o esporte a habilidade, dinheiro, fama e poder. Além disso, o que se tem notado em muitos projetos que envolvem esporte é que o foco é a especialização precoce, preparando crianças e adolescentes para a competição e visando a criação de talentos, sem grandes preocupações com aspectos afetivo-cognitivos que serão despertados por esta prática. Excluindo dessa forma os menos hábeis (op. cit.).

Cabe ao psicólogo do esporte mostrar que o esporte não tem apenas o caráter competitivo e especializado, o profissional tem a possibilidade de desenvolvê-lo como uma prática de cooperação e participação, permitindo, dessa maneira, o acesso aos poucos habilidosos, o que “poucos” muito habilidosos tem tido condição de usufruir (op. cit.).

Segundo Cagigal (1972), "o esporte será tanto mais educativo quanto mais conservar sua qualidade lúdica, sua espontaneidade seu poder de iniciativa" (p.42). Segundo Marques & Kuroda (2000) impregnar, ou não desvincular a prática esportiva do valor lúdico que o movimento tem para criança, pode ser o ponto de partida para a vivência prazerosa da criança com o esporte. (O lúdico faz parte da atividade humana e caracteriza-se por ser espontâneo, funcional e satisfatório. Na atividade lúdica não importa somente o resultado, mas a ação) (op. cit.).

As vivências no projeto esportivo demonstraram que esta intervenção educativa pode servir para as crianças como um ambiente promotor de saúde e das mais diversas habilidades, além de as manter longe das drogas e da violência. O esporte, principalmente a educação pelo esporte, pode agir transformando potenciais em competências para a vida daqueles que têm oportunidade de passarem por essa experiência (op. cit.).

Poucos psicólogos estão atuando nesses projetos, pois a maioria dos profissionais opta por trabalhar juntos aos esportes de alto rendimento e a Psicologia, enquanto profissão, ainda não possui esta como uma de suas bandeiras políticas. Então é de responsabilidade de nós futuros psicólogos, entrar nesse meio tão rico em possibilidades, mas carente de estudos aprofundados (op. cit.).

Com esse trabalho concluímos que é necessário principalmente um trabalho do psicólogo do esporte nas políticas públicas do esporte, que de início seria o tema deste trabalho, mas por ser uma área pouco explorada, o material para estudo é escasso. Esperamos que a área da Psicologia Social do Esporte ocupe o lugar que lhe é merecido, devido à sua grande importância (op. cit.).

A CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO ATLETA

Para o atleta um corpo perfeito e uma mente rápida e eficaz são de uma importância fundamental. Alcançar resultados é o essencial, afinal são eles que trazem patrocínios e dinheiro para os dirigentes, essa é a questão do vencer a qualquer custo, vencer é tudo e mais um pouco. Muitos atletas convivem muito bem com essa situação de vencer sempre, com as cobranças do treinador, da família e da torcida. Mas muitos não convivem tão bem assim com as pressões sofridas. Com isso muitos entram em um conflito muito grande, em parar para pensar se isso é realmente o que querem, pois não se sentem felizes. Então muitos entram em depressão, se envolvem com drogas e tentam até o suicídio, por causa da enorme pressão por qual eles passam (CHAUI, 2003).

A filosofia então busca ajudar esses atletas a refletir e pensar sobre a vida e se é realmente essa vida de ser um atleta é o que querem. Por outro lado, ela contribui para o trabalho em equipe, buscando a evolução constante do atleta, visando à ética e a moral. Assim também, ela busca com que os atletas pensem em valores que irão criar dentro do esporte e serem vencedores não só dentro de campo, mais também na vida (op. cit.).

Com estas questões em mente, estabelecemos três regras básicas que deverão melhorar o trabalho em equipe:

1º - PRAZER: Se divertir em primeiro lugar;

2º - DETERMINAÇÃO: Se esforçar ao máximo e dar sempre o melhor de si;

3º - “FAIR PLAY”: Ter espírito esportivo e saber ganhar e perder com classe.

“E quanto a vencer, a melhor receita para conquistar vitórias é ter prazer no que se está fazendo e ter determinação para alcançar seus objetivos (op. cit.).

A RELAÇÃO DA PSICOLOGIA DO ESPORTE COM AS TEORIAS PSICOLÓGICAS

A psicologia do esporte vem compor um espectro denominado ciências do esporte, composta por disciplinas como antropologia, filosofia e sociologia do esporte, no que se refere à área sócio-cultural, incluindo também a medicina, fisiologia e biomecânica do esporte demonstrando uma tendência e uma necessidade a interdisciplinaridade (RUBIO, 1999).

Temas como motivação, personalidade, agressão e violência, liderança, dinâmica de grupo, bem estar psicológico, pensamentos e sentimentos dos atletas e vários outros aspectos da prática esportiva e da atividade física tem requerido estudo e atuação de profissionais da área visto que o nível técnico de atletas e equipes de alto rendimento esta cada vez mais equilibrado, sendo dada ênfase especial à preparação emocional, tida como o diferencial. Ainda que houvesse estudos no campo do comportamento humano relacionado à atividade física e ao esporte esses dois aspectos foram estudados durante muito tempo sob o título de psicologia do esporte, sem que houvesse definição exata do que fosse essa área de estudo e qual seu verdadeiro objetivo (op. cit.).

A psicologia do esporte, fornecendo os seguintes modelos: o especialista em psicodiagnóstico faz uso de instrumentos para avaliar potencial e deficiências em atletas; o conselheiro profissional que atua apoiando e intervindo junto ao atleta e a comissão técnica no sentido de lidar com questões coletivas ou individuais do grupo; o consultor busca avaliar estratégias e programas estabelecidas otimizando o rendimento, o contista produz e transmite o conhecimento da área e para a área, o analista avalia as condições do treinamento esportivo, fazendo a intermediação entre atletas e comissão técnica, otimizando com base uma avaliação do evento esportivo buscando organizar programas que aumentem o potencial de performance (op. cit.).

CAMPOS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DO ESPORTE

A atuação do psicólogo está cada vez mais pautada em um código de ética que é mais que conduta, porque nos fala de um espírito político envolvido na atuação profissional e da responsabilidade que o psicólogo tem com o desenvolvimento da cidadania dos sujeitos e com a promoção da saúde (LUCCAS, 2000 apud RUBIO, 2007).

Mesmo sendo associada a uma perspectiva competitiva desde o seu princípio, a Psicologia do Esporte vem conquistando espaço e força em outros contextos como os projetos sociais, a reabilitação, a iniciação esportiva, esporte escolar, esporte de alto rendimento, os programas de qualidade de vida (esporte recreativo) e a medicina preventiva (RUBIO, 2007).

Os principais campos de atuação do psicólogo e sua função:

· No esporte de rendimento se busca a otimização da performance numa estrutura formal e institucionalizada (RUBIO, 1999).

· No esporte escolar tem por objetivo a formação, norteada por princípios sócio-educativos, preparando para a cidadania e para o lazer (op. cit.).

· No esporte recreativo visa o bem-estar e qualidade de vida para todas as pessoas, de todas as idades (op. cit.).

· No esporte de reabilitação desenvolve um trabalho voltado para a prevenção e intervenção em pessoas portadoras de algum tipo de lesão decorrente da prática esportiva, ou não, e também com pessoas portadoras de deficiência física ou mental (op. cit.).

· E outro campo que vem crescendo e ganhando espaço é em projetos sociais, onde cabe ao psicólogo do esporte fazer uma leitura crítica com a perspectiva de superar a visão simplista do esporte como via de ascensão social e formação de futuros atletas (SILVA, 2007).

A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA DO ESPORTE NO BRASIL E NO MUNDO

Considerada pelos iniciantes como um produto dos anos 1980, a psicologia do esporte tem sua história escrita a partir do início do século XX, na Rússia e nos Estados Unidos, e mais precisamente a partir da Copa do Mundo de Futebol de 1958, para o Brasil (RUBIO, 2007).

Muitos estudos e trabalhos que foram produzidos enfocam, basicamente, a psicoterapia para determinação de perfis psicológicos, na busca da relação entre tipo ideal e modalidade de posição na equipe, de ainda tipos de intervenção cujo objetivo é a busca da vitória. A psicologia do esporte no Brasil teve seu marco inicial através da atuação e estudos de João Carvalhaes, profissional com grande experiência, chamado para atuar junto ao São Paulo Futebol Clube (op. cit.).

Há algumas décadas a psicologia do esporte no Brasil vem se desenvolvendo, mas foi a partir da resolução 014/00, do CFP que foi considerada como especialidade. O desenvolvimento da psicologia do esporte no Brasil partiu de uma avaliação única que se refere à avaliação e construção do uso de técnicas de intervenção para o aumento esportivo, visando também o bem estar pessoal do atleta (op. cit.).

A psicologia do esporte brasileiro ainda busca sua maturidade, é na pratica da intervenção psicológica junto a atletas e equipes que se pode observar a multiplicidade de perspectivas e o seu vigor. A psicologia do esporte não se limita a atuar apenas junto a um restrito grupo (esporte de alto rendimento), visa também o esporte realizado por pessoas ou grupos que praticam exercício, que treinam regularmente para competições, mas com o objetivo de chegar até o final da prova ou superar a própria marca, e não necessariamente um adversário (op. cit.).

Medo de fracassar no futebol leva goleiro alemão ao suicídio.

Adicionar imagemÉ bacharel em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero (1983) e psicóloga pela PUC-SP (1995). Fez mestrado em Educação Física pela EEFE-USP (1998), doutorado em Educação pela FE-USP (2001) e pós-doutorado em Psicologia Social na Universidade Autônoma de Barcelona. Atualmente é professora associada da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, orientadora nos programas de Pos-graduação da EEFE-USP e FE-USP. Coordena o Centro de Estudos Socioculturais do Movimento Humano da EEFE-USP, é presidente da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte e editora da Revista Brasileira de Psicologia do Esporte. Tem 15 livros acadêmicos escritos e organizados na área de Psicologia do Esporte e Estudos Olímpicos abordando os temas psicologia do esporte, estudos olímpicos, psicologia social do esporte, psicologia do esporte aplicada e esporte e cultura. É membro da Academia Olímpica Brasileira.

PERSPECTIVA DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DO ESPORTE NA VISÃO DE JOGADORES E COMISSÃO TÉCNICA DE EQUIPES DE FUTEBOL PROFISSIONAIS

Projetos sociais em discussão na psicologia do esporte

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